<![CDATA[ "A liberdade foi-nos roubada nos últimos dois meses": Andreia Pereira e filha foram ameaçadas por vizinhos do rés-do-chão ]]>

"Estes dois meses foram de muita angustia, principalmente pela falta de liberdade que nos foi roubada. Tem sido tudo a ferro e fogo". O desabafo é de Andreia Pereira que viveu, juntamente com a filha de 13 anos, momentos de verdadeiro terror em casa durante mais de oito meses. O rés-do-chão da casa onde viviam, em Ermesinde, foi ocupado por uma família de etnia cigana, que além de as ameaçar, insultar e torturar psicologicamente, se apoderou da água, e as contas de milhares de euros começaram a chegar. "Foi a partir daí que começaram as ameaças e o terror", explicou Andreia. A água foi cortada, mãe e filha tinham de tomar banho com água de garrafões e a situação tornou-se insustentável. A mulher pediu uma casa à Câmara de Valongo, mas sem sucesso.

Após o caso ter sido denunciado pelo Repórter Sábado, Andreia e Lais tiveram de "se esconder" e passaram a viver num quarto à espera do milagre de conseguirem casa nova. E conseguiram. A autarquia cedeu-lhes uma habitação, mas faltavam os pertences, que ficaram na casa de Ermesinde. "Eles não deixavam ninguém ir tirar as coisas, nem sequer aproximar", explicou Andreia, que viu, ontem, uma equipa de mudanças recolher os seus pertences e da filha da casa que já foi lar e serem levados para a casa nova.

A mudança foi acompanhada de perto pela PSP. "Já tinha pedido casa, mas não consegui. Graças à reportagem agora já tenho um cantinho", explicou, lembrando, no entanto, que o caminho é ainda longo: "As contas da água continuam em tribunal e a liberdade ainda está longe de ser conseguida, porque andamos sempre com medo, mas tenho a certeza que tudo se vai resolver". Depois da reportagem do NOW, foram muitos os que ajudaram a família com bens e dinheiro para que Andreia e Lais comecem uma vida de novo. "Agradeço de coração a todos. As palavras faltam para agradecer toda a boa vontade e ajuda das pessoas", finalizou.